LECYTHIDACEAE

Bertholletia excelsa Bonpl.

Como citar:

Pablo Viany Prieto; Tainan Messina. 2012. Bertholletia excelsa (LECYTHIDACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

VU

EOO:

2.402.774,933 Km2

AOO:

240,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Detalhes:

Ocorre no Brasil, Guianas, Colômbia, Venezuela, Peru e Bolívia (Mori et al., 1990). No Brasil a espécie ocorre nos estados do Amapá, Pará, Amazonas, Acre, Rondônia e Mato Grosso (Smith et al., 2012).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2012
Avaliador: Pablo Viany Prieto
Revisor: Tainan Messina
Critério: A3cd
Categoria: VU
Justificativa:

<i>Bertholletia excelsa</i> é uma espécie de grande valor comercial, amplamente distribuída e bastante frequente na Amazônia brasileira. Embora seja protegida por lei, <i>B. excelsa</i> sofre com uma forte pressão extrativista devido à coleta de suas sementes para fins industriais e de alimentação, o que já vem restringindo o recrutamento de novos indivíduos em algumas subpopulações. Além disso, a espécie vem sofrendo com um expressivo declínio contínuo na extensão e qualidade do seu habitat em boa parte da sua distribuição, devido à expansão de atividades agropecuárias. Suspeita-se que, a despeito da proteção legal, <i>B. excelsa</i> sofra com a exploração madeireira devido ao seu grande porte e tronco colunar, típicos das Lecythidaceae. Assim, considerando as ameaças atuais e potenciais às quais encontra-se submetida, e estimando o tempo de geração da espécie em pelo menos 50 anos, é possível suspeitar que <i>B</i>. <i>excelsa </i>venha a sofrer um declínio populacional de pelo menos 30% nos próximos 100 anos.

Perfil da espécie:

Obra princeps:

A espécie é conhecida vulgarmente como castanheira, castanha-do-Pará, castanha do Brasil (Smith et al. 2012), amendoeira da américa, castanha-mansa e castanha-verdadeira (Lorenzi, 2002).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido

Ecologia:

Biomas: Amazônia
Fitofisionomia: Ocorre em mata de terra firme (Mori et al., 1990; Lorenzi, 2002).
Habitats: 3.6 Subtropical/Tropical Moist
Detalhes: Árvore emergente (Ribeiro et al. 1999; Prance; Mori, 2004), semidecidua, com sistema sexual auto-incompativel (Maués, 2002). Floração de Novembro a Fevereiro, apresentando polinização por espécies de abelhas dos gêneros Eulaema, Xylocopa, Bombus, Ephicharis e Centris (Prance, 1976; Nelson et al., 1985; Prance; Mori, 2004) e frutificação de Dezembro a Março com dispersão de sementes por roedores, especialmente a cutia (Saravy et al., 2003; Tonini et al., 2008).

Ameaças (1):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1 Habitat Loss/Degradation (human induced) high
A floresta Amazônica vemsofrendo ao longo dos anos intenso desmatamento, a área cumulativa desmatada naAmazônia legal brasileira chegou a cerca de 653 mil km², em 2003,correspondendo a 16,3%. Esse desmatamento vem sendo gerado por especulação deterras, crescimento das cidades, aumento na pecuária, exploração madereira,agricultura familiar e para agroindustria, principalmente cultivo de soja e algodão (Ferreira et al., 2005;Fearnside, 2003; Alencar et al., 2004 e Laurance et al., 2004). Segundo Mori et al. (1990) entre os anos de 1978 e 1983 ocorreu uma grande queda na produçãode castanha (Bertholletia excelsa)devido a derrubada das árvores.

Ações de conservação (4):

Ação Situação
1.2.1.3 Sub-national level on going
Vulnerável (VU). Lista vermelha da flora do Pará (COEMA-PA, 2007).
Ação Situação
1.2.2.2 National level on going
Vulnerável (VU). Lista vermelha da flora do Brasil (MMA, 2008), anexo 1.
Ação Situação
1.2.1.1 International level on going
Vulnerável (VU). Lista vermelha IUCN (2011).
Ação Situação
5.7 Ex situ conservation actions on going
Ocorre cultivada próximo aos alojamentos na Reserva Florestal Ducke (Ribeiro et al. 1999).

Ações de conservação (3):

Uso Proveniência Recurso
Madeireiro
​A madeira é utilizada para a fabricação de assoalhos, paredes, painés decorativos, forros e compensado (Lorenzi, 2002).
Uso Proveniência Recurso
Confecção de ferramentas e utensílios
​O fruto (pyxidium) é utilizado pelos locais após a retirada das sementes, na confecção de cinzeiros, porta jóias, castiçais, vasos e outros ornamentos (Mori; Prance, 1990).
Uso Proveniência Recurso
Alimentício
​As sementes são muito apreciadas para consumo tanto para comercialização interna quanto para exportação (Lorenzi, 2002).